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segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Por Quem Os Sinos Sangram

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“A morte de qualquer homem me diminui, porque eu sou parte da humanidade; e por isso, nunca procuro saber por quem os sinos dobram, eles dobram por mim”.

Conheço desde muito cedo os livros de Hemingway... herança de minha fome por livros... também sedento de curiosidade, encontrei John Donne, poeta inglês, de quem, na verdade, Hemingway "usurpou" destacando em seu livro: Por Quem os Sinos Dobram.

Lembro que sinos quase não tocam nas capitais... mas continuam sangrando minhas memórias...

Sons da minha infância... no meu Recife... Igreja vizinha no Derbi... Cúpulas e badalos que soavam lembrando, como ao poeta de Itabira, que um sino sangra a saudade de qualquer coisa, sabida porem esquecida...

Surgem os versos de Murilo Araujo, que gotejam de minhas veias... dando a minha lembrança o "Soneto Ao Último Sino"...


...Que riso matinal nos sinos claros,
dos domingos de outrora em que me vinhas,
e eu via Deus pelos teus olhos caros,
erguendo aos céus as tuas mãos nas minhas!

No altar, de mármore de Paros,
gorjeavam de amor as andorinhas
contrapontando os seus acordes raros,
com os tintinábulos das campainhas.

Onde a festa divina dessas horas?
O riso matinal dos sinos claros
já longe, no passado, emudeceu.

E só meu coração dobra a desoras,
dobra, em meio ao maior dos desamparos,
pela felicidade que morreu...



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