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O que faz nosso sangue ferver???
Uma negativa? decepção? e o que dizer da ansiedade? e as decisões?
Ah... as decisões... essas sim fervem nosso sangue...
Tantas variáveis... tantas opções e vertentes... Processar todos esses "obstáculos" parece um martírio para o cérebro. Mas nós, humanos, temos um método bem desenvolvido pelo córtex pré-frontal (a área do cérebro que fica logo atrás de nossa fronte e "raciocina" em cima dos nossos problemas). O "método" é simples: comparar tudo.
Se estamos indecisos entre casar ou comprar uma bicicleta, o cérebro compara todas as consequências das duas opções. Ele não quer saber se você está prestes a realizar o sonho da vida a dois ou se pretende correr a Tour De France - ele vai analisar, dado a dado, se o casamento vai ser mais "vantajoso" que a bicicleta. Como um verdadeiro contador olhando um balanço financeiro.
Essa frieza toda é parte do papel que a razão tem nas escolhas. Ela está olhando para o nosso futuro - quer garantir sucesso no longo prazo, mesmo que a escolha pareça menos prazerosa no presente. É o contraponto aos sentimentos irracionais, como emoções e instintos, que se preocupam com o resultado imediato das nossas escolhas.
Dizem os antropólogos e sociólogos que as primeiras decisões racionais do homem aconteceram entre 200 e 100 mil anos atrás, e aconteceram por causa da evolução social, por conta da nossa evolução cerebral... ( e vejam que ironicamente, por definição, sou um criacionista... ) pois nessa época, passamos a fazer escolhas para preservar o clima de cooperação no bando, na tribo...
É possível que a primeira decisão racional tenha ocorrido quando um homem conteve o impulso de roubar a mulher de outro... Ou evitou agredir um companheiro. E assim começamos listas de prós e contras para tudo... Que pena...
A medicina passou a entender como a razão opera graças a um grave e curioso acidente. Aconteceu em 1848, com o americano Phineas Gage que trabalhava na construção de estradas de ferro nos Estados Unidos, quando se descuidou ao preparar uma explosão. A pólvora foi acionada antes do tempo e fez tudo explodir... fazendo uma barra de ferro atravessar seu crânio!!!! E pasmem... ele continuou vivo!!!
A sobrevivência de Phineas teve uma sequela no mínimo "esquisita":
Ficou excessivamente racional.
Não demonstrava emoções e não tomava decisões que fugissem à simples lógica de uma soma matemática. Na época, seu caso não pôde ser explicado pelos médicos. Só na década de 80 o neurologista português António Damásio ( recomendo a leitura de seus livros... simplesmente fantásticos... ), descobriu que o problema de Phineas era o mesmo de pacientes que haviam passado por cirurgia para a retirada de alguns tumores cerebrais.
A sobrevivência de Phineas teve uma sequela no mínimo "esquisita":
Ficou excessivamente racional.
Não demonstrava emoções e não tomava decisões que fugissem à simples lógica de uma soma matemática. Na época, seu caso não pôde ser explicado pelos médicos. Só na década de 80 o neurologista português António Damásio ( recomendo a leitura de seus livros... simplesmente fantásticos... ), descobriu que o problema de Phineas era o mesmo de pacientes que haviam passado por cirurgia para a retirada de alguns tumores cerebrais.
Portanto o nosso sangue ferve mais ou menos por causa do nosso córtex pré-frontal, que com sua interligação, nos faz usar uma racionalidade desprovida de emoções onde reina, unicamente, a lógica e o racionalismo para as consequências futuras...
E o que fazer com nosso sangue?
Em Cem Anos de Solidão( Gabriel Garcia Marques ), o sangue percorreu a rua, atravessou a praça, entrou em uma casa, para finalmente chegar até a matriarca Úrsula e avisar que seu filho havia morrido...
Assim tem que ser o sangue... Fervilhante, Vivo... Cheio de vontade própria e da boa inconsequência...
Que venha a "hemorragia" emocional devorando a "coagulação" de nosso córtex pré-frontal...
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Dr. Assuero... Interessante essa comparação... mto legal... Parabéns! mais uma vez brilhante!
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