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segunda-feira, 29 de março de 2010

O MILAGRE DO SANGUE ...

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Se conta que naquela época (quando Rumi andava entre nós) surgiu um grande debate intelectual entre os médicos sobre se o homem vivia em virtude do sangue que tinha em suas veias, ou pela Misericórdia de Deus. Os médicos tinham, naturalmente, a opinião de que uma vez que o sangue é a seiva vital do corpo humano, se era extraido do corpo a vida tinha fim.

Os pensadores esotéricos tinham outra opinião. Levaram a questão à Maulana (Rumi).
Este disse que na medicina era essencial, naturalmente, a presença de sangue no corpo humano.

Porém, segundo nossa forma de pensar - acrescentou -, a existência do homem está vinculada à Vontade de Deus, e ninguém pode, ou deve discuti-lo.

Dito isso, chamou um sangrador. Se fez sangrar até o ponto em que um homem normal estaria morto e lhe tiraram tanto que seu corpo ficou quase sem sangue e adquiriu uma cor amarelada. Pediu atenção aos médicos e lhes perguntou se não criam que o homem vive pela Misericórdia de Deus e não somente pelo sangue.

Todos baixaram a cabeça em sinal de assentimento e se converteram em seus discípulos. Depois disso Maulana foi banhar-se e mais tarde entoou e cantou versos místicos com os demais, como se não houvera acontecido nada fora do comum.
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Extraído de 'LAS CIEN HISTORIAS DE LA SABIDURÍA SUFÍ'
(Idries Shah)

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