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terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Medicina: Ciência, Arte e Sangue!

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A medicina é uma arte (techné ou ars) ou uma ciência (epistemé ou scientia)?

-Discussão interminável, que faz da teoria uma ciência e da prática uma arte.

Segundo Aristóteles, a medicina esta mais para a techné grega (ou ars), porque mesmo sendo uma ciência fundada em princípios universais, tem como objetivo o incerto, o particular, o que lhe confere o estatuto de arte, no saber fazer.

Porém, a medicina pode ser entendida como uma ciência, já que implica racionalidade, explicação causal, observação, indução e dedução, previsões e hipóteses.


Nem sempre a discussão foi tão simples e bela...
Vejamos sobre o sangue: "Cânones" do IV Concílio de Latrão (1215):

- Nesse concílio, o papa Inocêncio III (1198-1216) implantou uma série de reformas, dentre as quais destacam-se a obrigatoriedade da confissão auricular anual para o perdão dos pecados e a proibição do exercício da cirurgia pelos clérigos, pois qualquer contato com sangue era incompatível com o exercício da atividade clerical ( !!! ). Consequentemente, a cirurgia passou a ser majoritariamente exercida por leigos e socialmente desprestigiada.

No entanto, no final do século XIV e inícios do XV, a cirurgia começa a integrar o currículo dos cursos de medicina. Simultaneamente ocorre a proliferação de manuais de confissão e de cirurgia, tais como o de Guy de Chauliac e o de Lanfranco, em línguas vernáculas na Inglaterra e em outros reinos europeus( tem uma tradução fantástica para o espanhol... ).

Praticamente todo manual de confissão no século XIV incorpora essa imagem dos ferimentos corporais ligados ao pecado, pois para esses clérigos a relação entre a aflição física e a espiritual não era meramente figurativa. Associavam aflições corporais com intemperança moral. Portanto, as feridas eram sinais das punições futuras dos pecadores no post mortem.

Sem concluir, mas comentando, posso assegurar que evoluimos muitíssimo!!!

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