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segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Sobre o Sacarato de Hidroxido Ferrico Parenteral... ou... Ferro Na Veia!!!

A deficiência de ferro continua sendo importante problema de saúde pública não apenas nos países em desenvolvimento como nos países desenvolvidos. Em 1997, alguns autores, mostraram que nos EUA a deficiência de ferro acomete 1,0% a 4,0% dos homens e 6,0% a 11,0% das mulheres; e cerca de 2,0% dos homens e 4,0% das mulheres têm anemia ferropriva.

No Brasil, segundo dados da Organização Mundial de Saúde e de publicações nacionais, estima–se que a deficiência de ferro acometa cerca de 20% da população feminina e cerca de 5% da população masculina, sendo que essas porcentagens tendem a ser ainda mais elevadas nas regiões mais pobres do País, como o Norte e o Nordeste.

Num trabalho brasileiro os investigadores estiveram analisando 1.229 mulheres aceitas para doação de sangue, onde 19,8% apresentavam deficiência de ferro.

Um outro autor, estudando 300 doadores de sangue, observou que 18,5% das mulheres que estavam doando pela primeira vez apresentavam deficiência de ferro.

A causa básica da diminuição dos estoques de ferro é o desequilíbrio entre quantidade absorvida e consumo e/ou perdas, que ocorrem por diversas vias, resultando no esgotamento das reservas de ferro do organismo. Isso pode ocorrer devido a diversos fatores, tais como: necessidade aumentada de ferro (crescimento, menstruação, gestação); diminuição da oferta ou da absorção do ferro (baixa quantidade e/ou biodisponibilidade do ferro da dieta, doenças inflamatórias crônicas intestinais, gastrectomia, etc.); ou perda de ferro (sangramento patológico por alterações do trato gastrointestinal, verminoses, doação de sangue, etc.).

O tratamento da anemia ferropriva consiste na identificação e correção, quando possível, da(s) causa(s) que levou (levaram) à anemia, associado à reposição de ferro. Via de regra, recomenda–se a via oral como via preferencial de administração de ferro, na dose de 3,0 a 5,0 mg/kg de peso corporal por período suficiente para normalizar os valores da hemoglobina e restaurar os estoques normais de ferro do organismo. No entanto, a efetividade de tal tratamento depende da capacidade de absorção intestinal de ferro e, principalmente, da tolerância do paciente ao tratamento oral, determinada pela freqüência e intensidade dos efeitos colaterais, sobretudo gastrointestinais.

A absorção de ferro pode ser insuficiente frente às necessidades do organismo, como nos pacientes com perda crônica de sangue e nos pacientes gastrectomizados ou com insuficiência renal. Quanto à tolerabilidade ao ferro oral, cerca de 10,0% a 40,0% dos pacientes apresentam efeitos colaterais intensos e não toleram tal tratamento.

Dessa forma, frente às situações nas quais a reposição oral de ferro é incapaz de suprir as necessidades do organismo, a utilização de ferro por via parenteral, particularmente por via intravenosa, é uma opção terapêutica de grande valia nesse grupo de pacientes.

Vamos estar discutindo isso...


PS: as referências bibliográficas podem ser apresentadas quando solicitadas.

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