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sábado, 30 de março de 2019

Algoritmos e Medicina

Em 1970, no New England Journal of Medicine, William Schwartz previu que até o ano 2000, grande parte da função intelectual da medicina poderia ser assumida ou pelo menos aumentada substancialmente pelos "sistemas especialistas" - um ramo da inteligência artificial (IA). Schwartz esperava que o currículo da escola de medicina fosse "redirecionado para os aspectos sociais e psicológicos dos cuidados de saúde" e que as escolas de medicina atraíssem candidatos interessados em "ciências comportamentais e sociais e ... nas ciências da informação e sua aplicação à medicina". Mas o sonho de tecnologias médicas inteligentes de Schwartz, na maior parte, permanece apenas isso.
Em Medicina, imagino que as novas tecnologias de aprendizado melhorarão a precisão e a acurácia do diagnóstico de doenças, proporcionando assim uma maneira mais eficiente de identificar as melhores terapias e práticas.
A "Inteligência Artificial" inicialmente adotou uma abordagem muito simbólica e simplista para replicar o raciocínio humano. Os problemas foram descritos como quebra-cabeças lógicos e a inferência foi baseada em regras da lógica simbólica. Os problemas foram resolvidos executando uma sequência de etapas, e a linguagem natural foi abordada através da construção de dicionários e gramáticas em torno de palavras e partes do discurso. Mesmo imagens, muitas vezes reduzidas a desenhos de linhas, foram representadas por elementos discretos, como vértices e segmentos de linha.
Por volta de 1980, um pequeno grupo de cientistas da computação propôs uma alternativa:
E se um grande número de elementos computacionais simples modelados em neurônios biológicos fossem usados em seu lugar?
Somente na última década, a tecnologia foi capaz de desenvolver o hardware e os algoritmos necessários para alcançar “redes neurais” de alto desempenho - algoritmos que permitem ao software treinar-se para executar tarefas processando redes de dados em várias camadas.
O avanço é enorme e promissor. Diagnósticos, Terapêuticas e Prognósticos feitos com precisão única. Modelos autômatos cuidando de humanos. A saúde não passará por mentes falhas e intuitivas, passará por algorítimos e modelos precisos... Modelos...
Diante de todo o apresentado, constato um grande desafio: O que faremos com empatia, carinho, solidariedade, ética e tantos outros “elementos” que ainda não conseguimos colocar em algoritmos?
Talvez esse seja o maior empenho para os próximos avanços em Medicina... Como médicos não podemos construir fortalezas de comodidades, temos que construir moinhos para nos adaptar aos novos ventos. Vamos esperar, torcendo e acompanhando com uma boa leitura e um café quente.

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